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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CLIP POEMA - A DESPEDIDA - AILA SAMPAIO




Desfiz as malas e a viagem. 
É longe demais o teu destino 
para quem tem pressa 

Sigo outra rota, 
vou por outro caminho 

o amanhã não existe 
a não ser no desejo de continuar 
a estrada que dá no presente 
com suas curvas e abismos 

É hoje o momento. É agora o lugar. 
Se não vens, vou sozinha: 
a carne de que é feito o tempo 
é perecível como a armadura do corpo 
já não posso esperar



Aíla Sampaio 

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O mar ( Il mare)

O mar esconde os teus mistérios,
como um tesouro perdido
que busca encontrar a chave
certa para abrir o coração. 
Neste céu azul de verão
com suas ondas pequenas.
Caminhar pela areia
em busca de encontrar a verdade
sobre o sentido da vida... 
Às vezes o coração explode
de paixão como a fúria
de Poseidón no mar.
E sentir na pele
toda a sensação de
prazer ...
















Il Mare
Il mare nasconde i tuoi misteri,
come um tesoro perso
che busca incontrare la chiave
certa per aprile  il cuore.
In questo ciel'azzurro d’estate
con sue onde piccole.
Camminare per la sabbia
in busca di trovare  l’verità
su il senso della vita...
Le volte il  cuore  splode
di passione come la furia
d’ Poseidon nel mare.
E sentire nella pelle
tutta la sensazione
di piacere ...

domingo, 1 de novembro de 2009

Veja como seria o encontro de Machado de Assis e Paris Hilton 

 

 

 



da Folha Online 11/01/09


Um dos contos mais conhecidos de Machado de Assis, "Teoria do Medalhão", conta a história de um pai que no aniversário de 21 anos do filho resolve lhe dar conselhos sobre a carreira e a vida. E o pai sugere, então, que o filho siga a carreira de medalhão, que nada mais é do que as pessoas que não pensam muito, não têm idéias próprias e que fingem ser sábios quando na verdade não o são. Tudo isso para chamar a atenção e ser reconhecido.
Em "Um Homem Célebre - Machado Recriado", da Publifolha, a autora Mariana Verissimo se baseia no conto "Teoria do Medalhão" e escreve receitas para ser "um medalhão" nos tempos de Machado e nos dias de hoje. Neste capítulo, a autora também imagina o encontro de Machado de Assis e de Paris Hilton, no hotel Copacabana Palace.
Leia abaixo trecho de livro que descreve este encontro inusitado.

*
Machado de Assis e Paris Hilton entram no bar
Muita gente não sabe, mas Machado de Assis, como imortal, tem o poder de ir e vir do lado de lá para o lado de cá, a cada dez anos, para "ver como andam as coisas". Pois não é que a sua última vinda aconteceu coincidentemente no mesmo horário e local em que Paris Hilton visitava o bar do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro? Naquela tarde de sol, entraram no bar ao mesmo tempo. A jovem americana magra e loira cercada de seguranças e fotógrafos chamou a atenção de Machado, que chegou a tirar seu pince-nez para observá-la com mais cuidado.
Enquanto Paris fazia poses na piscina, Machado procurou um lugar no bar de onde poderia continuar suas observações.
O velho garçom se aproximou:
- Bom dia, seu Machado. Quem é imortal sempre aparece!
- Bom dia, Adamastor. Quem não é visto, não é lembrado!
- Ah, só o senhor pra me fazer rir.
- Que bom vê-lo ainda por aqui e trabalhando. Você não mudou nada, talvez alguns fios de cabelo branco
- Os que sobraram, não é, doutor!?
- O mesmo de sempre?
- Sim, por favor. Mas antes me diga uma coisa: quem é aquela moça?
- Ah, seu Machado, aquela é a tal moça que ficou famosa porque o namorado colocou um vídeo dos dois fazendo safadeza na internet, pra todo mundo ver.
- Interessante.
- Interessante mesmo, se o senhor quiser eu lhe consigo uma cópia
- Não, não precisa, Adamastor.
- De um dia para o outro a mulher virou celebridade.
- Tão rápido?
- Ah, seu Machado, aqui agora é assim. Foi-se o tempo em que pra ser conhecido e respeitado o sujeito precisava fazer alguma coisa respeitável primeiro.
- Então sexo na internet faz a pessoa ficar famosa?
- Fazia, doutor, agora ninguém mais olha. É tanto que vulgarizou.
- Não me diga
- E digo mais, eu trabalho nesse bar há mais de 40 anos, já vi de tudo que o senhor possa imaginar que uma pessoa seja capaz de fazer para chamar a atenção dos outros e posso garantir pro senhor que não está fácil se levantar acima da obscuridade comum, como o senhor escreveu naquele texto seu.
- Você tem razão, não se fazem mais medalhões como antigamente
- Que saudades daquele tempo em que para se chamar a atenção bastava colocar uma melancia na cabeça.
- Bons tempos aqueles, Adamastor, bons tempos.
*