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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tocar o céu




Tocar o céu com os dedos 

e, sempre rodeados de sorrisos
caminhar no mar 
e sentir o vento no rosto. 
Esperamos que os sonhos seja 
la esperança de ver o mundo 
mais justo entre as pessoas. 
..............................................
Toccare il cielo con le dita 
da sempre circondate da sorrisi
camminare nei mare
e sentite il vento nella faccia. 
Speriamo che i sogni  sia 
la speranza di vedere il mondo
più giusto tra le persone.

Fortaleza


Foto:   Raymundo Netto                    

Ainda eis uma "Belle Époche' !
Seus casarões antigos que resiste à modernidade 
com suas belas fachadas de cores vivas.
O céu cor de anil que brilha essa imensa 
Fortaleza com o seu mar verdejante que és 
''a loira desposada do sol, 
dormita à sombra dos palmares." *
Esculturas que embeleza o centro da capital 

de 'entes' que compartilham dessa história cultural 
com suas poesias, crônicas e romances.
 

Margleice Pimenta
* Francisco Paula Ney (Paula Ney) escritor cearense de Aracati/Ce (2/2/1858)
+ Rio de Janeiro, RJ, (13/10/1897)

domingo, 12 de fevereiro de 2012





No dia 16.01/12 descobri através do blog  http://nossoliterariobloguinho.blogspot.com/ essa fantástica surpresa, publicada no dia 14.02. A Aninha D, a profa. Margarete e o Leon, do Nosso Literário Bloguinho, esse trio ESPETACULAR fizeram uma grande surpresa para mim com belas palavras sobre a minha pessoa...é gratificante o reconhecimento, sem maiores pretenções. Fico emocionada com o carinho...deixo o meu agradecimento para TODOS ESSES AMIGOS.A profa. Margarete tive o prazer de conhecê-la pessoalmente. Ela já me agraciou com dois de seus livros publicados.  
Adoro esse pessoal do RN, é um Estado vizinho do CEARÁ que tive o prazer de conhecer pessoas maravilhosas da Faculdade e fora dela.
A amizade é um círculo que devemos cativar sempre para que sejamos seres humanos melhores em nossas relações com o outro. Ser 'VERDADEIRO'em suas palavras e compartilhar das emoções, da cumplicidade e pregar os ensinamentos deixados por JESUS. Ser leal,é encontrar também o seu 'EU' do 'OUTRO'.      

Carta de Amor








 Aquela ‘carta de amor’ escrita
na máquina de escrever,
com versos poéticos que recorda
o poeta inglês Shakespeare.
Em seu quarto observa 
 os raios do sol 
que penetram pela janela
E, cada palavra inspirada 
são emoções efervescentes 
dentro do peito 
que circunda a cada momento.
Uma bela paisagem no jardim
e o canto do beija-flor
faz o coração bater mais forte 
e se maravilhar com a beleza da'natura'
que faz todo a 'metamorfose'  se realizar.
Da flor que surg o néctar;
 e as abelhas os transportam,
                                         espalhando as suas sementes
    pelos os jardins:nasce o amor.


Margleice Pimenta 11-12/02/12

sábado, 11 de fevereiro de 2012

ENSAIO Clarice Lispector: tons e matizes

Ensaio da professora, poetisa e escritora Aíla Sampaio  (clica no nome e entrará direto em seu blog sobre literatura) para o caderno LER (Cultura) do Diário do Nordeste -DN (Fortaleza) sobre a escritora Clarice Lispector.





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Clarice Lispector
Clarice Lispector possui, sem dúvida, uma extensa fortuna crítica; no entanto, não param de surgir novas -e pertinentes - reflexões sobre sua escritura
Sob o título de "Clarices: uma homenagem", surge o livro organizado pela professoras Fernanda Coutinho e Vera Moraes, pelo aniversário de 50 anos do volume Laços de família e pelos 90 que a escritora faria se estivesse viva, como o plural já sinaliza, traz Clarice Lispector em vários rostos, tons e matizes. A coletânea foi lançada em dezembro de 2011, no Centro Cultural Banco do Nordeste, no mesmo dia da abertura da exposição Clarice: Retratos, com curadoria de Fernanda Coutinho e Inês Cardoso.

Dos motivos
Não apenas os contos do livro aniversariante constituem objeto de estudo dos artigos, nem somente artigos falam da escritura de Clarice. São 540 páginas com 26 trabalhos acerca de seus contos, romances, crônicas, biografias, e duas entrevistas feitas pelas organizadoras da coletânea com pesquisadoras tutelares da obra clariceana: a brasileira Nádia Battela Gotlib, autora de Clarice fotobiografia e Clarice: uma vida que se conta; e a professora francesa, Nadiá Setti, responsável por vários estudos sobre a obra da escritora na Sorbonne.

ReleiturasDizer que os treze contos de Laços de Família já foram exaustivamente estudados no Brasil e em outros países não é nenhum modo de considerar os estudos acerca deles repetitivos, ao contrário, é uma forma de mais se admirar as suas possibilidades de interpretação que não se esgotam nunca e sempre conseguem surpreender o leitor. São 13 contos centrados, tematicamente, no processo de aprisionamento dos indivíduos através dos "laços de família"; 10 deles, notadamente, têm mulheres como protagonistas, e falam de sua prisão doméstica, de seu cotidiano, de suas formas de vida convencionais e estereotipadas. As narrativas parecem focar a classe média carioca, numa visão desencantada e descrente dos laços familiares, das convenções e dos jogos de interesses que predominam nas relações.

A abertura
O artigo que abre a coletânea Clarices, "En verdad, Clarice Lispector", de Aina Pérez Fontdevila, focaliza a escritura de Clarice, fala sobre a crítica que vincula sua criação ao feminino, assegura-lhe contornos míticos e faz a analogia escritura e corpo.

A mulher e o feminino são, inevitavelmente, as nuanças que mais se desenham em seu mundo ficcional, as matizes maiores dos seus textos. Assim, são também os leitmotivs de estudos mais constantes, como se pode ler nos artigos: "Laços de uma outra ordem - uma análise bakhtiniana do conto ´Feliz aniversário´, de Clarice Lispector", escrito por Gabriela Lírio Gurgel, que faz uma enunciação dialética entre o psíquico e o ideológico; vida interior e exterior. "Na dança de Eros e Thanatos: movimentos de vida e morte em Laços de Família", de Olga de Sá, autora do livro A escritura de Clarice Lispector, se disserta sobre a sensibilidade do universo feminino.

Escrita e feminino
Em "Mulheres, baratas e coisas afins", de Paulo Germano Barrozo de Albuquerque, levantam-se também questões ligadas ao feminino e faz-se a relação entre escrita e essência feminina nos textos dos livros Correio feminino e Só para mulheres, ambos organizados por Aparecida Nunes. Em "Inquietudes de ser mulher em Laços de Família", de Vera Moraes e Maria Elenice Costa Lima, analisam-se crônicas que focalizam a mulher e centra-se a investigação na personagem singular Pequena Flor, mostrando as relações eu versus outro e eu versus eu.

O leitor de Clarices se vê diante de um caleidoscópio de imagens e significações inesgotáveis do universo feminino, desbravando novas leituras e possibilidades de interpretação. No artigo "O verde úmido subindo em mim: a mulher e a magia do jardim em Clarice Lispector", Vera Moraes analisa a crônica "O ato gratuito", do livro A descoberta do mundo, focalizando ainda outras crônicas da mesma obra, e os contos "O Búfalo", "Amor" e "Mistérios em São Cristóvão", com apoio teórico de obras de Walter Benjamim, Maurice Merleau-Ponti e Didi-Huberman, resultando num belo estudo fenomenológico. Em "A hora perigosa da tarde nos Laços de Família: Clarice Lispector e o movimento feminista", Nilson Dias perquire a busca da identidade, debatendo os confrontos entre a mulher e seu mundo normativo, assunto reiterado praticamente em todos os enredos.

A alteridade
"Três mulheres de Pedra ou de possíveis atalhos para um rompimento de cerco - uma leitura do romance A cidade sitiada", de Gilberto Figueiredo Martins, por sua vez, enfoca as relações de alteridade na cidade, as máscaras e os disfarces sociais no universo dos personagens, citando críticos como Roberto da Matta, Regina Pontieri, Mary Del Priore, Nicolau Sevcenko e atribuindo uma dimensão documental à obra.

Elementos-chave da escrita de Clarice LispectorClarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 1925, e morreu na cidade do Rio de Janeiro, 1977). Em seu livro de estria, Perto do coração selvagem, já revela as marcas de toda a sua criação: a presença de metáforas insólitas, o fluxo da consciência, o monólogo interior, a ruptura com o enredo factual.

A epifania
Suas personagens, mergulhadas em profunda introspecção, vivem numa atmosfera nebulosa, pois são castradas para a vida real. Mas, de quando em vez, sentindo-se sufocadas, ela explodem para a vida real, momento em que são tomadas por um tremendo mal-estar, experimentando náuseas, tonturas e ânsia de vômito. Quanto a isso, uma das mais emblemáticas cenas ocorre quando, no conto "Amor", a protagonista Ana, estando sentada num banco de bonde, depara um cego mascando chicles, e tudo se torna uma estranha sofreguidão. E, logo, um grande mal será feito, sendo, a partir de então, as coisas irremediáveis.

Tudo isso encontra harmonia numa linguagem bem trabalhada, que toca o poético. Sua ficção concentra-se, sobretudo, nas regiões mais profundas do inconsciente, investigando, assim, os desejos e as volições que, as mais das vezes, são ignoradas até pelas próprias personagens.

Recursos expressivosO espaço exterior, em suas narrativas, tem importância secundária, pois, tudo se resume à mente das personagens. Assim, o objetivo maior do texto é o momento da epifania: a personagem descobre que vive num mundo absurdo, - o que se dá por meio de um fato inusitado, a partir do qual, o desequilíbrio interior provocará uma mudança radical na vida da personagem. Obras: A paixão segundo GH; A hora da estrela; Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres; (romances) e Laços de família (de contos)

AÍLA SAMPAIO
COLABORADORA*



Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1103700

ENSAIO A poética do devaneio 11.02.2012



A infância é outro tema visitado, em diferentes abordagens. Em "De máscaras e desejo: infância na contística de Clarice Lispector", Élcio Luís analisa dois contos emblemáticos - "Felicidade Clandestina" e "Restos de Carnaval" - num aporte psicanalítico do desejo infantil e dos obstáculos a serem transpostos para a realização deles.
Resgates
"Clarice e a infância jamais perdida", de Fernanda Coutinho, resgata a Clarice menina, nas ruas de Recife, para intuir as páginas lidas que encantaram e viraram as palavras poéticas da escritora. São as vivências dos tempos de criança que norteiam, de acordo com a professora, a criação subsequente da escritora que enveredou pelas letras em tenra idade.
Já "Margens da alegria: a infância em 'A menor mulher do mundo'", de Sarah Diva da Silva Ipiranga, associa surpreendentemente as reações de Pequena Flor, a pigmeia minúscula que tem medo de ser devorada, ao comportamento infantil, embora já seja ela uma mulher e esteja grávida. Embora, como já se disse, os artigos não se limitem à análise das narrativas de Laços de Família, é dessa obra que surge a maioria dos artigos, cujos enredos propiciam diálogos homoautorais, o que dá unidade ao livro, pelas recorrências temáticas e ressignificações.
Dos processos
A análise do processo criador aparece à luz da Poética do devaneio, de Gaston Bachelard, em "Poética e devaneio do processo criativo de Clarice Lispector", de André Luiz Gomes e Jean Claude Miroir. Nesse esteio de análise da escritura, tem-se, ainda, "Devaneio e embriaguez duma rapariga": Clarice Lispector e a narração falsificadora", de Ilza Matias de Sousa, pesquisa embasada em teóricos como Gilles Delleuze, Maurice Blanchot, Féliz Guattari, Jacques Derrida, Michel Foucault. "A bruta flor do amor", de Lúcia Castelo Branco, com base em textos de Maurice Blanchot e Jacques Lacan, investiga os caminhos do leitor do conto "Amor" e fala sobre as contradições dos sentimentos nele existentes. Em "'Mistério em São Cristóvão' ou os mascarados e a mocinha do fio branco", de Odalice de Castro Silva, destacam-se os jogos de linguagem e esconde-esconde da autora de 'escrita insidiosa', que constantemente escamoteia a relação entre vida e Literatura.
Quatro leituras
"A menor mulher do mundo e outras mulheres nos laços narrativos de Clarice Lispector", de Ângela Fernandes de Lima" focaliza 4 contos - "A menor mulher do mundo", "Uma galinha", "Feliz aniversário" e "A imitação da rosa", mostrando a relação eu versus o outro e centrando parte da análise na figura da personagem Pequena Flor, a mais diferente das mulheres clariceanas.
Em "O teatro da crueldade e o animal - escrita na fábula da modernidade clariceana", Ilza Matias de Sousa e Maria Eliane Sousa da Silva analisam os devires, com base em Maurice Blanchot, Antonin Artraud, Gilles Delleuze e Félix Guattari. Em "Nem tanto a Ulisses nem tanto a Penélope: a sobrevivência do mito em Clarice Lispector" de Maria Aparecida Ribeiro, resgatam-se os significados dos mitos na associação entre os personagens de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres a Ulisses e Penélope, da epopeia Ilíada, de Homero.
Múltiplos diálogos
Saindo das obras para a vida, mas perquirindo sempre a criação literária, "Essa coisa íntima que está sempre queimando em Lúcio e Clarice", de Teresa Montero, autora da biografia Eu sou uma pergunta (1999), fala sobre a amizade entre Lúcio Cardoso e Clarice Lispector, suas influências e trocas de afetos.
O diálogo da literatura com outras linguagens, por meio do texto clariceano, aparece nos artigos de Ermelinda Ma. Araújo Ferreira ("Sujos quintais com tesouros: escrita e riprografia em CL"), que investiga escrita e riparografia, fazendo a equiparação da escrita clariceana à riparografia da pintura; e no de Taciana Oliveira, "Acordes para um roteiro", que disserta sobre o filme "A descoberta do Mundo", dela em parceria da cineasta com Teresa Montero, biógrafa de Clarice; a proposta é, no filme, tecer o diálogo da obra com a autora. Já "Clarice por trás da objetiva" é uma resenha sobre o livro Clarice fotobiografia, de Nádia Gotlib, feita por Ricardo Iannace, acerca da cronologia de fotos publicadas no volume.
Considerações finais
É interessante, também, ler crítica sobre a crítica, - "O leitor sitiado e a renovada experiência da leitura: uma crítica que se conta", de Diana Junkes Martha Toneto, faz uma leitura crítica do livro Clarice: uma vida que se conta, de Nádia Gotlib. Por último, sabe-se acerca do catálogo da coleção Clarice Lispector do Instituto Moreira Sales, bem exposto por Fábio Frohwein, com o inventário de todos os arquivos, correspondências, documentos sonoros, pinturas, fotografias e obras. Clarices: uma homenagem é um marco na fortuna crítica da obra de Clarice Lispector e se afirma, desde seu lançamento, como um livro fundamental acerca da diversidade e complexidade do texto clariceano bem como de sua vida mitificada e ilusoriamente compreensível por meio dos seus escritos.

SAIBA MAIS
BLOOM, Harold. Cabala e crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1991
MORAES, Alexandre. (Org.) Clarice Lispector em muitos olhares Espírito Santo: UFES, 2000
MOSER, Benjamin. Clarice, uma biograifia. São Paulo: Cosac Naify, 2009
NUNES, Benedito. O drama da linguagem: uma leitura de Clarice Lispector. São Paulo: Ática, 1989
SANTOS, Roberto Corrêa dos. Lendo Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Atual, 1986

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1103705