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Os poetas e as faces de cada estilo
Publicado em 19 de junho de 2011
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Nessa perquirição dos poetas de hoje, caíram-me as mãos, num só mês, quatro livros de poemas, todos de escritores cearenses: No limiar dos invernos, de Linhares Filho; 70 poemas para orvalhar o outono, de Barros Pinho; Concerto nº1nico em mim maior para palavra e orquestra. Poema , do Poeta de Meia-Tigela; e O livro de Marta, de Rodrigo Marques. São quatro poetas, quatro estilos distintos que se cruzam no gênero, na sensibilidade e no senso estético.
No limiar dos invernos
Linhares Filho é um canto da maturidade. O próprio título alude a um marco e é sugestivo de um momento de transição, quando o poeta se assume homem maduro, senhor de suas emoções; e poeta afinado com seu instrumento: a palavra e sua expressividade. No poema que abre o livro, "Legenda", ele fala sobre os frutos colhidos na madureza e interroga sobre o inverno que o espera, metaforizando os anos vividos e declarando-se atento ao galope do tempo: (Texto I)
Do ponto de vista formal, o mestre transita entre o verso livre e o metrificado com a mesma naturalidade com que celebra o silêncio e os ventos. Para ele, a poesia é "Fruto da necessidade do belo e do sublime...a eterna busca do ser". Os exercícios metapoéticos atestam sua consciência estética na criação literária, bem como a preocupação ontológica que perpassa também outras obras suas. Ser poeta, pra ele, é mais que ser homem: (Texto II)
As temáticas
O homem maduro não faz só um exercício estético de amor à poesia, celebra a fé, os amigos, a vida e a mulher amada. Constrói sua poética por meio de odes, propostas, convites, hino, homenagens, reflexões, cantos e orações. A religiosidade que parece mover sua vida desenha-se em preces e confissões de fé e atos de humildade diante do Senhor, a quem clama a virtude e o poético: "Dai-me a realização, Senhor, do santo anseio, não me tireis, porém, o espírito poético".( p. 37). Vertentes de sua existência, Deus e a poesia são seus escudos e seus broquéis. Só pela palavra, o poeta resgata o passado, frui o presente e vislumbra o futuro (p.35), integrando-se ao tempo e transcendendo-o. Senhor de sua pena, Linhares não priva seu grito pelo planeta: (Texto III)
Com a mesma leveza com que contempla o sono da amada, canta a irreverência do vento e a voz das aves: (Texto IV)
O estar no mundo
Conhecimentos mitológicos e bíblicos subsidiam sua criação e mostram um poeta consciente do seu estar no mundo em todas as suas faces: a do homem, do professor, do cidadão, do avô amoroso, do amigo e do amante apaixonado. Nessa diversidade, celebra poetas e amigos; louva a língua pátria e até a matemática, que registra a multiplicidade do universo (p.60); canta cidades que marcaram seus percursos: Rio de Janeiro, Argentina, São Paulo e Brasília e, como num balanço de seu universo multifacetado, fecha o livro com dois sonetos que elucidam o título da obra. O primeiro deles marca a consciência da maturidade e o desejo de manter o equilíbrio até o fim; no segundo, como quem se despede, diz vencer a dor inevitável pelo amor, sua última glória. (Texto V)
Poeta Barros Pinho
O livro comemorativo dos 70 anos do poeta Barros Pinho, "70 poemas para orvalhar o outono" traz 70 poemas selecionados de oito livros de sua autoria, e uma fortuna crítica respeitável acerca de sua produção literária: Linhares Filho e Ubiratan Aguiar apresentam a obra na qual estão, também, inseridos artigos assinados por Pedro Paulo Montenegro, Antonio Carlos Vilaça, José Alcides Pinto, Francisco Carvalho, Adriano Espínola, F. S. Nascimento, Pedro Lyra, Sânzio de Azevedo, Caio Porfírio Carneiro, Artur Eduardo Benevides, Antonio Girão Barroso, entre outros críticos que se debruçaram sobre a sua criação.
A beleza do volume se coaduna com a preciosa seleção de poemas, representativos, pois, de toda a sua poética, que tem como linhas condutoras duas figuras essenciais: o menino e o rio. Faz rediviva sua infância a cada verso, renascendo ´no papel´, entre linhas e entrelinhas, pois que, homem feito de linguagem, não sabe ser senão reinventando-se pela palavra, Ainda que ele diga (Texto VI)
O menino perdido no tempo cronológico aparece cada vez mais vivo no tempo da memória: (Texto VII)
Um rio
A travessia do rio é a travessia da vida que se rende a soluções geográficas apenas, racionais, desprovida de sonhos. Na alma do poeta, entretanto, ´se pode voar como pássaro´, na possibilidade de vencer a correnteza do tempo e recuperá-la, ainda que encantatoriamente, na poesia. Esse rio que atravessa a escritura do poeta é um rio atávico, cuja localização espacial - a Parnaíba - funciona como eixo, tronco de sua árvore genealógica. O homem que por razões diversas deixa sua terra de origem vive em duplo exílio: o físico e o psicológico, pois que, longe de sua taba, não encontra seu verdadeiro rosto senão no olhar para trás e no permanente saudosismo que o afaga: (Texto VIII)
As reminiscências, cavadas pela saudade, pelo acúmulo e intensidade, tornaram-se mais constantes na estação do outono, com que o poeta metaforiza sua entrada nas 70 décadas de existência, mas a saudade ancestral (que o acomete) está nele desde sempre: (Texto IX)
Sua poética presentifica ausências. No outono, a palavra desgoverna-se para romper os silêncios e orvalhar-se em confissão: há saudade, há solidão, há ´vontade de dizer / o que não se diz pela metade´ (p.83). E o poeta diz dos seus naufrágios, das celebrações, diz, sobretudo, do seu cansaço de tantas ausências. Mas não é de tristeza a poesia de Barros Pinho. Tampouco é meramente confessional. Não há lágrimas, mas celebração: (Texto X)
Sua saudade da terra é a saudade de todo exilado (não apenas de corpo, mas de coração) e as dores de que ele fala são dores sem nacionalidade definida. O rio foi o começo de tudo, foi o espasmo ante o incognoscível. Depois veio o amor com suas estradas impossíveis, assim, de não as percorrer: (Texto XI)
Assim o menino se fez homem, sendo universal ao cantar sua aldeia (Tolstói). Hoje, depois de tanta estrada e poesia, depois de tantas travessias de rios e mares, continua menino o homem que reconfigura o Natal; continua menino o poeta que orvalha seu outono com poesia...; e com certeza, continua a procurar São Jorge nas luas de suas tantas terras. Seus sonhos não se evaporaram, tampouco as folhas caídas que ele cata e, assim, as recupera a cada verso que escreve.
TRECHOS
TEXTO I
Frutos colhi de minha noite em trégua, / Produtos viscerais da madureza. / Irei também no inverno, a cada légua, / Colhê-los de alma pronta e sempre acesa? / Pautada a rota por divina régua, / Espero ver tais frutos sobre a mesa, / Depois que, ao dorso de um cavalo ou égua, / Minha alma galopar, a crinas presa. (p.33)
TEXTO II
Perquire muito além do que vês e do que ouves. / Flores não tocarás, sem ter pena, por couves. / Sonha, em vigília, bem mais do que quando dormes . ("Contribuição à busca do poético" p. 38).
TEXTO III
"De Kioto a Copenhague / vive a clamar a mãe Geia / contra uivos de alcateia: / que o efeito estufa se apague,( p. 101)
TEXTO IV
"Dorme e observo o seu ressono. / Em seu mundo inconsciente / vai passeando tranquila e na penumbra / por alamedas
ensombradas / ou entre os pomares e jardins do outono? (p. 93)
TEXTO V
É o fim do outono em mim.
Chega-me o inverno. / Com as chuvas iniciais virá o frio. / Mas não quero sentir, no mundo interno, / Desolação, desânimo e vazio. /// Sem inapetência ter, não me consterno / E à minha cara infância ainda sorrio. / Se para a flor e o ninho ainda suou terno, / Aflige-me o correr do tempo em rio. /// Em apreensões o ser quase naufraga, / Tentando equilibrar-se sobre a vaga, / Para atingir triunfante o último porto. /// Mas, como antes do inverno, que se instala, / Nada farei sem te escutar a fala, / Querida, ou sem o bem do teu conforto. ("No limiar do inverno", p. 107)
TEXTO VI
setenta anos / muito tempo / para ser menino / não se agita mais / a água da infância / a vida só o papel / timbrado na sombra / onde se escreve o ontem / em páginas brancas / na face da espera (p. 29)
TEXTO VII
a infância corre / na correnteza do rio ///o sonho não sabe= / o rumo dessas águas/ seria o mar / ou o mar seria apenas / uma solução geográfica ///sabe-se / que só nós meninos / o rio se encanta / até voar como pássaro /// nasce em mim o desejo de escrever /// o rio inteiro a correr / sobre o papel da palavra / sintaxe de sol / antes dos olhos / se abastecerem de fadiga (p.52).
TEXTO VIII
meu avô morreu / na chapada da distância /// procurando a lua de olhos / vivos no rio o rio mais / longe de sua vontade /// as mãos sem carne / os pés sem perfume / a rastejar fantasmas /// na superfície das pedras / o engenho abrigo do tempo / moendo moendo seus ossos (p.64).
TEXTO IX
guardo há muito tempo / na gaveta da vida / uma solidão disfarçada / um triste acanhado / pelos cantos dos olhos no calendário (p.83).
TEXTO X
recordo / a adolescência / nas árvores / de minha cidade" (p. 160).
TEXTO XI
"o rio encheu os olhos / do menino / só de espanto // a menina / encheu-lhe a vida / de paralelas" (p.130).
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A poesia em concerto
Publicado em 19 de junho de 2011
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O poeta Alves Aquino, encarnado no personagem Meia-Tigela, lançou, em 2010, o livro Concerto nº1nico em mim maior para palavra e orquestra. Poema, cujo subtítulo, "Combinação de realidades puramente imaginadas" traduz o movimento dialético que compõe sua criação, conjugando tradição e modernidade, realidade e imaginação. É, como a Bíblia, dividido em livros, mais precisamente, em 4, cada um com 4 subdivisões. Os números assumem, assim, importâncias e simbologias que, certamente, se explicarão ao final do seu projeto.
O estranhamento
O nome do autor abre espaço para que o leitor se perceba num território estranho, mas a alcunha que se supõe pejorativa vai, aos poucos, ganhando outras significações. Está-se diante de algo diferente, não há dúvida quando se começa a folhear o volume.
A respeito da previsível interpretação de poeta de meia-tigela como um poeta de pouco valor, ou de produção insuficiente, os editores da Revista Mamífero, oportunamente esclareceram " o pseudônimo ´Poeta de Meia-Tigela´ não é uma autodeterioração ou sub-valorização do que escreve. Sua origem tem ´um cunho social´ com o qual se identifica, visto que o termo representa ´a metade da ração oferecida ao serviçal, enquanto seu senhor ganhava a tigela inteira´.
Outra razão do pseudônimo é criar um personagem que seja o próprio autor e personagem de si mesmo, como o João Grilo ou Cancão de Fogo. Enfim, o uso do epíteto não é um distintivo de humildade; ao contrário, traz o Poeta um projeto ambicioso de encarnar um múltiplo personagem, criando uma bandeira dupla, uma apresentação automática para a sua obra, expressando algo inusitado.
]Para ele, essa é a origem que interessa, já que implica numa adesão ideológica e emocional". ("Um Poeta de Meia-Tigela", Revista Para Mamíferos N. 01, Fortaleza, 2009 - editores: Glauco Sobreira, Jesus Irajacy, Nerilson Moreira, Pedro Salgueiro, Raymundo Netto e Tércia Montenegro).
O eu e o outro
Lembrei-me outra vez de Fernando Pessoa que, no poema "Tabacaria", diz: "Quando quis tirar a máscara, estava pregada à cara". Personagem e pessoa se fundem, amalgamados numa poética movimentada, a que ele mesmo chama de Concerto. A obra em apreço - Concerto nº1nico em mim maior para palavra e orquestra. Poema - é parte de uma composição quartenária. Quatro movimentos, pois, comporão a totalidade do projeto de composição do Concerto e a cada um deles é, previamente, "atribuído um elemento, bem como uma função psíquica, no intuito de estabelecer - dentro da totalidade, uma personalização e individuação dos seus momentos constitutivos", como explica o próprio autor no final do livro.
Os movimentos
Contemplamos, no volume citado, o 1º Movimento - Quarto Minguante (1/4), cujo elemento é terra, e cuja função psíquica é o pensamento. As outras 3 virão, posteriormente, quem sabe em formato idêntico, para compor o Concerto completo: 2º movimento, fogo e sensação; 3° movimento, ar e sentimento; 4º movimento, água e intuição.
Essa ordenação, esses liames tão arquitetados, demonstra um trabalho consciente, mais que isso, uma proposta de Obra Ampla. A miscelânea de formas, em versos livres ou metrificados, o que varia de acordo com o conteúdo, obriga o leitor a ativar-se e a interagir com os textos. A ordem é estabelecida, mas logo se foge dela.
Assim, em ritmo sempre inusitado, os textos se sucedem, revisitando o clássico e as mais variadas vanguardas, sem, entretanto, moldar-se a qualquer delas. Do Concretismo, se absorve a palavra-coisa, o aproveitamento do branco da página; da poesia-práxis, o movimento, a ação imposta à palavra; do poema-processo, a desnecessidade da palavra, o poema-imagem... mas é inútil ao leitor a criação de expectativa em relação ao que virá depois.
Vozes intertextuais
A pluralidade de estilos conjuga-se ao diálogo perene entre as artes, de modo que a música que compõe todo o concerto está em consonância com as imagens, os poemas e a teatralização. O poeta narra, disserta, compõe versos, fazendo dialogarem Homero, Dante, Goethe, John Mílton, Dostoiévski, ora com sinceridade, ora com ironia, brincando com as palavras ou levando-as bem a sério, articulando um estilo pessoal, embora bebido de muitas fontes.
Concerto não é, pois, uma viagem, um lance intuitivo, mera aventura com a palavra e suas possibilidades. É um projeto de composição ambicioso, com trabalho de linguagem e articulação entre o clássico e o popular; a brincadeira e a verdade. Palavras e cálculos matemáticos, lirismo e anti-lirismo, construção e desconstrução fazem a caleidoscópica poética de Meia-Tigela, sem dúvida, trata-se de um sangue novo para tirar da inércia a fina veia da poesia brasileira contemporânea.
Vejam-se, agora, os versos de Dois poemas do Concerto: (Texto XII)
O livro de Marta
Quem é Marta? A mulher de maiô, ou a cinéfila que nunca perde uma sessão das 18h30min, uma musa delirante ou apenas um pretexto para escrever alguns bilhetes. Sim, Marta não tem carne, é palavra, grito, vocativo.
Rodrigo Marques escreveu o "Livro de Marta", sub-intitulou-o de "Bilhetes de amor quebrados", e deixou o leitor na expectativa de algumas páginas confessionais.
Mas não. Marta é um pretexto pra falar de tédio e de amor; de um trote ou de uma blitz; de uma sessão de cinema ou de uma ida à papelaria; são poemas de desejo, de semáforos, piercing e shoppings. O rigor formal existe, é, aliás, bem evidente, e é igual para tratar dos assuntos. Entre versos livres e sonetos, o poeta constrói um estilo próprio, sem intenções de vangauardear, mas tão somente tirar a poesia do marasmo. Nada de mais; nada de menos. Ruy Vasconcelos fala de um traço arcaizante na obra. Sim, o poeta prefere bilhetes a e-mails e exercita o soneto. Visita Camões num intertexto surpreendente; lembra Mar portuguez, de Fernando Pessoa, em seu "Mar rústico"; provoca Marta, sonegando-lhes os versos que Pablo Neruda fez a Matilhe Urutia, sua amada: "Não és Matilde / Não és o mar / Nenhum dos cem sonetos de amor fez-se para ti / sequer uma barcarrola pousou no céu... ((p.23).
Cita Dante Milano e Ribeiro Couto, mas não parece beber nas fontes deles.
Dois poemas
Nenhuma tentativa de inovar, mas transfigurando naturalmente a linguagem; sem ironia com as formas fixas, também sem apologia a elas, Rodrigo tem a consciência exata de suas pretensões. Não é poeta por acaso ou circunstância. É poeta de construção e consciência. Leiamos, a ´título de exemplo, dois desses seus (poéticos) ´bilhetes´: (Textos XIII e XIV)
Conclusão
A poesia está em efervescência, não sucumbiu ao descaso do mercado editorial. Distintas experiências estéticas, variadas propostas e os mesmos objetivos: partilhar olhares transfiguradores, mergulhos no visível e no invisível, catarse e confirmação da existência. Seja qual for a proposta de cada poeta, vê-se que se mantém a necessidade de criar em versos, de renovar os cenários, de apostar nas velhas fórmulas, revisitá-las, dizê-las e desdizê-las. Num momento plural, de eliminação de fronteiras entre popular e erudito, sobrepõe-se o ecletismo e a desnecessidade de rótulos.
TRECHOS
TEXTO XII
Que dizer há muito, / Mas dizer sem boca. / A garganta é rouca / Para tal assunto. /// Assunto, coitado, / Que fica onde está. / Nenhum verso dá / Conta do recado. /// Recado sisudo /Que morre na toca. / A palavra é pouca, / Não toca o profundo. (Extraído do " Concerto nº1nico em mim maior para palavra e orquestra. ", 4º Movimento, Livro 1, Seção A)
TEXTO XIII
À contramão de mim, / O ônibus passa, /// E se atrás / Viaja o corpo de Marta, / E se ainda, nesse corpo, / Viaja encarnado uma parte minha / Uma perna, um braço, uma mão, /// Escuto, //// Longe, /// A cidade estacionar-se ("Linha", p.38)
TEXTO XIV
Para que fazer unhas no salão mais caro / Se arranhas em mim os pesares, / As tardes, as frases, / Se deixas em mim um cheiro falso de esmalte? ("Fazendo unhas no salão mais caro", p.29)
SAIBA MAIS
COHEN, J. Estrutura da linguagem poética. São Paulo, Cultrix: EDUSP, 1974.
LINHARES FILHO, José. No limiar dos invernos. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2010.
MARQUES, Rodrigo. O livro de Marta. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2011.
MEIA-TIGELA, Poeta de. Concerto nº1nico em mim maior para palavra e orquestra. Poema. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2010.
PINHO, Barros. 70 poemas para orvalhar o outono. Fortaleza: Premius, 2010.